
Rainha Santa e Peregrina – Isabel de Aragão e de Portugal (25/05/2025, 400 anos de santidade)
No difícil contexto do século XIV, destaca-se entre os peregrinos jacobeus a Dª Isabel de Aragón (1270-1336), filha do soberano aragonês D. Pedro III e de Dª Constanza de Nápoles, e neta do célebre D. Jaime I, o Conquistador.
Foi Rainha de Portugal, pelo casamento com D. Dinis, com quem teve dois filhos, Afonso, futuro Rei de Portugal, e Constanza, futura Rainha de Castela.
A vida da Rainha Dª Isabel é pródiga em factos piedosos dirigidos ao serviço dos pobres e necessitados, à Igreja e ao povo, devendo-se à sua beneficência a fundação de numerosos hospícios, albergues, leprosarias, hospitais e conventos, sendo o mais célebre, o de Santa Clara-a-Velha de Coimbra.
Se em vida foi uma Rainha bondosa e muito preocupada com os desfavorecidos, após a sua morte, a história multiplicou os seus atos piedosos, pois o povo cedo atribuiu-lhe factos milagrosos.
O rei D. Manuel I solicitou ao papa León X a sua beatificação, ratificada por bula pontifícia assinada a 15 de abril de 1516.
O facto de que Dª Isabel fosse mãe de reis peninsulares, Dª Constanza de Castela e Dª Afonso IV de Portugal, ascendente por dupla via de D. Felipe II, Rei de Espanha e de Portugal, foi decisivo para que o monarca hispano.
D. Felipe III apoiou decisivamente o processo de canonização, que teria de culminar com sucesso pelo papa Urbano VIII, a 25 de maio de 1625, sendo rei de Espanha D. Felipe IV.
Peregrina em duas ocasiões a Compostela (1325 e 1335), por motivos de vocação, para orar pelo bem da sua alma e do Rei Dº Dinis. Iniciou a primeira peregrinação em junho, com a intenção de rezar pela alma do seu marido perante o altar de Santiago no dia 25 de julho.
Deste modo, reforçou o seu papel de devota peregrina de Santiago, que subsiste como recordação das gerações, da única Rainha Santa de Portugal.
Personagem inspiradora…
texto de canção menestrel galaico-português:
Vai a romeira a Santiago
Dona Isabel de Aragón
Rainha de Portugal.
Em vez de vestes reais,
Trás um hábito de freira
Com os olhos cheios e humilde
Pedindo esmola na estrada.
Imagem:
A estátua que enfeita o sepulcro da Rainha Isabel, obra-mestra da escultura gótica portuguesa, mostra os rasgos finos do rosto, possível retrato da soberana, ornamentada no hábito das clarissas. Mestre Pêro, que foi o escultor que realizou em 1330, a peça num único bloco de pedra calcária de Ançã, Coimbra, ajustando as têmporas da rainha à sua coroa, não se esqueceu de lhe colocar na cintura a escarcela com a vieira e nas suas mãos o bordão em tau que tinha obtido em Compostela.

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Grande Rainha Dª Isabel, sangre de la Casa de Aragón, como la de Catalina en Londres, ambas amadas por su pueblo de adopción, gesto de nobleza, fidelidad y agradecimiento mutuo.
Santa Isabel de Portugal, muy reconocida y valorada aún hoy en Zaragoza. La iglesia bajo su advocación es de las más queridas.
Olá JM
Que publicação mais maravilhosa
Obrigado por compartilhar essa linda história!
Forte abraço e boas vivências e recordações desse caminho maravilhoso
Ultreia